História
A flauta é um dos instrumentos mais antigos que se conhece, tendo sido sempre muito utilizado, pela sua facilidade de construção e pelo som melodioso, de timbre doce e suave que produz. Até o barroco, a flauta transversal dividia igualmente o campo da instrumentação com as flautas retas, como a flauta doce. A partir do século XVIII, passou a ser mais importante. A flauta transversal como a conhecemos hoje (ou "flauta de concerto"), data de 1871, a partir de um aperfeiçoamento feito pelo flautista e pesquisador de instrumentos Theobald Boehm, que descreveu seu modelo de flauta no livro "The Flute and Flute playing".
Dentro de uma orquestra sinfônica há, geralmente três flautistas no naipe. É comum que as flautas na orquestra dobrem a melodia dos violinos, acrescentando-lhes suavidade e brilho. A Flauta é particularmente usada em passagens rápidas e salteadas - aliás, o virtuosismo na flauta se mostra também na agilidade. Diz-se que é o instrumento mais ágil da orquestra.
Registro e Extensão
A extensão normal da flauta é de três oitavas, do Dó3 (Dó central no piano) ao Dó6. Estudos acústicos levaram os flautistas a conseguir obter um maior alcance no instrumento, podendo chegar até o Sol6 e, dependendo do flautista, até ao Dó7. Segundo o maestro Sérgio Magnani, o som da flauta possui característica muito próprias em cada registro.
O grave é aveludado, sensual e misterioso.
O registro central é sonhador e pastoril, evocando atmosferas de pureza.
O agudo é brilhante e penetrante, pode soar estridente se tocado sem cuidado
Tipos de Flauta
Flautim ou Piccolo - Soa uma oitava acima da flauta soprano.
Flauta soprano em Sol - Afinada uma quinta acima da flauta padrão.
Flauta soprano - É a flauta transversal mais utilizada, padrão para o desenvolvimento das outras.
Flauta alto ou em Sol - Flauta tranpositora afinada em Sol, soando assim, uma quarta justa abaixo da flauta soprano. Pode ser reta ou em forma de "J".
Flauta baixo - Soa uma oitava abaixo da flauta soprano, possuindo uma sonoridade mais aveludada. Pela grande dimensão, possui o corpo curvo, em "j". Flauta contralto - Raríssima, em Sol, soa uma quarta abaixo da flauta baixo.
Flauta contrabaixo - Também raríssima, em Dó, soa duas oitavas abaixo da flauta.
Técnica
Na flauta, a emissão do som é relativamente fácil, levando ao virtuosismo quase espontâneo no que diz respeito à velocidade. Não tão fácil é obter um som vibrante sem ser vulgar no forte ou inconsistente no piano. As dificuldades de execução apresentam-se também pela natureza heterogénea dos registros, tanto tem timbre, quanto em volume de som. O agudo é potente e brilhante, e o grave, aveludado e de difícil emissão. O controle da embocadura, por se tratar de um instrumento de embocadura livre, deve ser minucioso, já que pequenas alterações no ângulo do sopro interferem bastante no equilíbrio da afinação.
Recursos comuns na flauta transversal
Vibrato - introduzido pela escola francesa, é feito a partir do diafragma, semelhantemente ao vibrato vocal. Existe também a possibilidade de realizar o vibrato utilizando-se das chaves em forma de anel presentes em algumas flautas. O abuso do vibrato por parte de flautistas leva a interpretações erradas, tocando em vibrato passagens que deveriam soar limpas e serenas. Glissando - consiste em "deslizar" entre as notas, seja por meio das chaves ou por alterações na embocadura.
Harmônicos - feito ao mudar a embocadura e a direção da coluna de ar, obtendo uma nota diferente da que seria a da digitação fundamental. O timbre é mais doce e etéreo do que o da nota "real".
Multifonia - consiste em cantar e tocar ao mesmo tempo, o resultado é um som cortante e agressivo.
Frullato - pronuncia-se a letra "R" (sem voz) enquanto toca, dando à nota uma intermitência. Polifonia - através de pesquisa foram descobertos alguns intervalos de notas possíveis de se emitir na flauta usando digitação especial e de um sopro mais "difuso".
Fabricação
O instrumento era feito originalmente de madeira, passando-se posteriormente a fabricá-lo em prata ou outro metal, que confere uma maior intensidade do som, melhor afinação, mais facilidade de uso das chaves. Ainda há orquestras na Alemanha que utilizam flautas de madeira, justificando-se pela beleza timbrística inigualável. A flauta é composta por Bocal, Corpo e Pé.
O bocal possui um orifício com as bordas em formato adequado para que o instrumentista apoie comodamente o lábio inferior (porta-lábio). Numa extremidade, há uma peça móvel formada cortiça com um ressonador de metal, movendo-se-a, ajusta-se a afinação da flauta (geralmente as flautas vêm com um bastão indicando a distância correta do ressonador ao centro do orifício. Na outra extremidade, encaixa-se o corpo.
O corpo possui diversas perfurações e um sistema complexo de chaves e outros mecanismos. O pé é uma extensão do corpo, possuindo três ou quatro chaves. Termina geralmente na chave de Dó, mas há flautas que se estendem até o Si2.
Cuidados
Limpar sempre com flanela, por dentro e por fora, guardando-a sempre seca. Ter cuidado com o bocal.
Ter leveza nos dedos ao acionar as chaves.
Guardar sempre a flauta no estojo e na bolsa.
Encaixar delicadamente as partes da Flauta.
Higienizar a boca e as mãos antes de tocar.
Tocar sempre com a postura correta.
Lista de alguns flautistas:
Altamiro Carrilho
Andrew Latimer
Carlos Malta
Patápio Silva